Da análise de crédito, passando pela elegibilidade de um benefício social e a sua entrada na zona de embarque de um aeroporto, chegando naquela publicidade que te persegue na Internet, todos esses processos são parcialmente ou totalmente automatizados através do emprego de IA. É necessário compreender o paradoxo e a ambivalência da introjeção dessa tecnologia nesses e em outros processos de tomada de decisão. Mesclando cinema, música arte e revisão de uma literatura sócio-técnica apurada, esta revista é um input para que você mesmo(a) faça o output: como fazer para que o emprego de IA não cause um curto-circuito em nossas vidas?
Acesse gratuitamente a REVISTA DATA #02: Inteligência Artificial e Decisões automatizadas.
Quem disse que IA não faz poesia?
É comum ouvirmos falar que a Inteligência Artificial irá automatizar tarefas repetitivas, enquanto as funções intelectuais e criativas dependerão exclusivamente dos humanos e do seu potencial de criação único e ilimitado. Com vocês, apresentamos o poema “O universo é uma falha”, em sua versão original:
No capítulo “Privacy, due process and the computational turn”, da obra que leva o mesmo nome, a professora de direito e pesquisadora Katja de Vries constrói uma parábola que ilustra, a um só tempo, o funcionamento de sistemas modernos que empregam inteligência artificial e algumas das principais problemáticas que eles carregam. A parábola, aqui adaptada para leitores brasileiros, funciona da seguinte forma:
Em uma metrópole brasileira, no Condomínio Fechado “More Tranquilo”, três famílias compraram três capivaras robôs para vigiar os arredores de suas casas e protegê-las de “pessoas suspeitas”. As capivaras tinham olhos com câmeras que registravam todas as pessoas que passavam e armazenavam a imagem e a maneira de andar de uma pessoa. Ao verificar que uma pessoa suspeita estava próxima, as capivaras reproduziam um som semelhante a um latido, acionavam o sistema de alarme da casa, avisavam todos os membros da família e telefonavam para a polícia.
Ramon Vilarino estudou o Ensino Médio no Instituto Federal de São Paulo, onde teve uma experiência academicamente traumática, apesar de “cheia de tesouros”, em que “tentaram” ensiná-lo a programar. A principal fonte disso foi a maneira que as disciplinas exatas eram ensinadas. Frequentemente adaptava-se conceitos complexos em fórmulas que os alunos deveriam decorar e mobilizar para resolver um problema de forma imediatista: “eu sou muito ruim em replicar coisas”.
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